Varejo adota crédito direto ao consumidor para manter vendas

Os maiores varejistas no Brasil já entenderam o recado: neste cenário de queda do poder aquisitivo, o brasileiro precisa de crédito para comprar além dos itens básicos.

Entenda por que o varejo busca no crédito direto ao consumidor uma resposta à queda no poder de consumo no Brasil.

O cartão de crédito e o carnê, duas formas de crédito direto ao consumidor (CDC), então aparecem no centro das estratégias de negócio. Mas não são apenas as grandes operações que podem oferecer essa facilidade ao público. As soluções em crediário digital atualmente podem integrar-se a empresas de diferentes portes, no varejo online ou físico.

Para atrair o consumidor, é preciso estar por dentro dessa tendência que explicamos a seguir.

Do carnê de papel ao crediário digital

O crédito direto ao consumidor é um antigo aliado do varejo, conhecido há décadas no formato de carnê. Trata-se de um financiamento para a compra parcelada de produtos e serviços, fornecido diretamente pela loja ou por uma empresa parceira. Nada de bancos envolvidos.

Mais tarde, surgiu também o cartão de crédito para uso exclusivo na loja, que é outra forma de crédito direto ao consumidor.

Hoje, mesmo com toda a modernização dos meios de pagamento, o crediário ainda costuma ser utilizado por 10,7% dos consumidores brasileiros, segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Por crediário, a pesquisa abrange o carnê, o boleto a prazo e o cartão para compras exclusivas.

Até o próprio CDC modernizou-se com o passar dos anos. Ele agora aparece na opção de crediário digital e tornou-se mais sustentável, dando adeus ao papel impresso. Mas a revolução que isso traz vai além da sustentabilidade.

A vez do boleto parcelado e do Pix parcelado

No exterior, o crediário digital tem o nome de Buy Now, Pay Later (BNPL), ou “compre agora pague depois” na tradução para o português. O BNPL permite o parcelamento no boleto online ou no Pix, com duas claras vantagens para o cartão de crédito: juros menores e maior número de parcelas, diluindo assim o valor mensal.

Esse meio de pagamento pode ser disponibilizado por pequenos, médios e grandes lojistas.

Nos casos em que o crédito não é oferecido pelo próprio varejista, ele pode ser fornecido por uma fintech do ramo, que fica responsável pela cobrança parcelada do valor cedido ao consumidor, enquanto o lojista recebe o valor integral da venda.

Nesse caso, é até mais interessante para o lojista contar com uma fintech de BNPL do que ele mesmo dar crédito direto ao consumidor. Em lugar de receber parceladamente, o repasse ocorre de uma só vez e poucos dias após a aprovação do pedido. Melhor para o fluxo de caixa!

Crédito direto ao consumidor é solução para atrair o público

A queda no poder de compra dos brasileiros tem sido um dos maiores desafios para as vendas no varejo.

Afinal, o Brasil atravessa um cenário em que 54% dos consumidores reduziram a quantidade ou o volume na compra de itens do carrinho de supermercado, segundo pesquisa da Hibou. Ou seja, têm cortado até o básico.

Mas o brasileiro está procurando formas de manter o consumo. Nos últimos meses, também de acordo com a Hibou, 41% dos consumidores no país buscaram alguma forma de empréstimo. Além disso, como apontam CNDL e SPC Brasil, o país tem 62,3 milhões de pessoas parcelando compras.

Então, para atrair o consumidor, é preciso mais do que promoções. O varejo deve oferecer condições de consumo. E aí entra a importância do crédito direto ao consumidor.

As empresas que oferecerem essa condição poderão manter as vendas e, mais ainda, conquistar a fidelidade do público por se colocar ao lado dele quando mais precisa.

Um diferencial no varejo que traz ótimos resultados

Para completar, destacamos que o crédito direto ao consumidor ajuda o comércio não só a continuar vendendo, mas a vender melhor.

No caso do Buy Now, Pay Later, diversas pesquisas mostram o impacto positivo que a flexibilização do pagamento traz para as lojas. Lembrando que no BNPL é possível comprar parcelado em até 24 vezes e com juros menores que os do cartão de crédito – a partir de 1,99% ao mês, ou em até cinco vezes sem juros.

Uma das principais vantagens do crediário digital para o varejo é o aumento do ticket médio. A experiência mostra que esse crescimento pode ir de 10% a 80%, já que o consumidor tem condições de adquirir produtos melhores ou mais itens em uma mesma compra, dividindo o valor em mais parcelas. Na pesquisa da Klarna, por exemplo, houve uma alta de 45% no ticket médio.

Outro resultado positivo é a redução no abandono do carrinho no e-commerce. Nesse sentido, a Klarna revela ainda que 44% dos consumidores que deixariam a compra para outra hora, ao ver o BNPL disponível no checkout da loja, decidem efetivar o pedido.

Portanto, o crédito direto ao consumidor desponta também como um diferencial competitivo entre os lojistas. Quem der melhores condições para a manutenção do consumo pode, inclusive, surpreender-se com o retorno.

Leia também: Compre agora, pague depois: crediário digital é tendência no e-commerce

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Eduardo Herenyi

Eduardo Herenyi é um pioneiro em tecnologia e marketing digital, com uma carreira que começou em 1997 e incluiu passagens por empresas como Catho Online, Groupon e A2C. Sua experiência em atender a diversas necessidades de clientes em agências de marketing digital o levou a criar a DBMK, uma agência digital focada em ecommerce. Na DBMK, Eduardo utiliza seu conhecimento para capacitar lojistas a iniciarem suas operações online, oferecendo consultoria, desenvolvimento e customizações em plataformas. Com uma visão futurista e uma abordagem personalizada, Eduardo é um líder na revolução do ecommerce.

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