Metaverso no varejo: desenvolva estratégias na prática

Depois que Mark Zuckerberg colocou em evidência o potencial do metaverso, ao anunciar a troca do nome da sua empresa de Facebook para Meta, os olhos do mundo inteiro se voltaram para a nova plataforma. Muito embora o conceito já fosse explorado por alguns players de diferentes segmentos, somente após o dia 28 de outubro de 2021 é que o universo empresarial começou a falar abertamente sobre o assunto como oportunidade, com posicionamento de marca e ações estratégicas.

O metaverso é uma realidade em construção. O varejista precisa ter claro que estar inserido no metaverso desde já é uma vantagem futura.

Nessa nova realidade, quem sai na frente aprende antes com custo e risco baixos, além de ter a oportunidade de entender como promover agora o relacionamento da sua marca com a comunidade, o que fará diferença no futuro.

Antes de qualquer movimentação, é vital entender que o momento atual traz muitas informações disruptivas para os negócios. Não são mais as empresas que possuem total comando e controle das suas operações, é a comunidade. Ações e estratégias, antes alicerçadas em estruturas sólidas — e até mesmo inflexíveis – dentro das empresas, tornaram-se mais fluidas. A comunidade passou a nortear as principais decisões, desde o desenvolvimento de produtos até o atendimento aos clientes.

A transformação é desafiadora e não tem volta. Para se ter uma ideia, uma pesquisa feita pelo Instituto Kantar Ibope Media mostrou que 6% dos brasileiros que usam a internet – o equivalente a 4,9 milhões de pessoas – já transitam por alguma versão do metaverso.

E o varejo?

Hoje, a maioria das empresas brasileiras ainda encontra uma grande resistência em abrir as portas a essa nova realidade, muitas vezes por falta de conhecimento para lidar corretamente com algumas oportunidades. A verdade é que estamos atrasados frente aos mercados mais evoluídos, que constantemente testam conceitos e estratégias nas novas plataformas – e muitas vezes aprendem com os próprios erros.

Já há algum tempo, o metaverso deixou de ser uma plataforma que se resume ao universo dos games. Cada vez mais, vemos iniciativas que exploram outros formatos e possibilidades. Em março deste ano, por exemplo, a Decentraland realizou a primeira Metaverse Fashion Week, com quatro dias de desfiles, showrooms, lojas, palestras e eventos virtuais.

É importante entender que o metaverso é um outro canal, com uma tecnologia diferente e outros propósitos. Seu principal trunfo são as experiências imersivas, que levam o usuário do mundo 2D do website, usando a tela do computador, para uma vivência 3D, mais interativa e que tende a gerar mais conversão. Nesse novo contexto, é preciso abrir os olhos, explorar os sentidos e mudar as estratégias empresariais.

Mas deixando a parte etérea de lado, o que é preciso saber, na prática, para entrar no metaverso?

A preparação para operar uma loja no metaverso passa pelo desenvolvimento de estratégias próprias. É imprescindível analisar e entender quais são as possibilidades do próprio negócio, conhecer as plataformas que atualmente estão disponíveis, entender qual se encaixa melhor na sua estratégia, bem como o que promover dentro dela. O segredo é encarar o metaverso como um novo canal, que vai fazer parte do planejamento omnichannel do seu negócio.

Conceitualmente, você pode criar experiência com tudo, gamificar o que você quiser. Basta encontrar o caminho ideal para o seu negócio. Tecnologias, como a realidade aumentada, estão aí para agregar valor e promover sensações e experiências que vão alavancar novas formas de negócios.

Mas não tente “metaversiar” estratégias existentes, ou seja, pegar o que é feito em outros canais e empurrar dentro do metaverso. Não funciona. Esse novo ambiente requer um planejamento específico. Outro ponto importante é que o metaverso não deve ser olhado, necessariamente, como uma estratégia de venda. Isso porque grandes oportunidades de posicionamento de marca são criadas por lá. Se posicionar de maneira diferenciada para um público diferenciado pode garantir grandes possibilidades de crescimento.

Depois de percorrer toda essa jornada, será possível ter sua loja na plataforma, lançar coleções especiais, promoções, ações cruzadas ou qualquer outra inovação, removendo as barreiras entre o físico e o digital e alcançando o verdadeiro conceito de phygital.

Do outro lado do balcão, os consumidores poderão comprar produtos de suas marcas favoritas no mundo real e obter os NFTs referentes aos bens adquiridos para serem usados no metaverso. Essa funcionalidade impulsionará as vendas e estimulará o foco na construção de propriedades no metaverso.

Desde o anúncio de Zuckerberg, o mundo passou a ter uma visão mais futurista do metaverso. A verdade é que passamos por um momento disruptivo para a humanidade, não só para os mercados. Antes de modificar a forma como fazemos negócios, nós estamos mudando novamente a forma como nos relacionamos.

O metaverso é uma realidade que ainda está em construção. Ele ainda não conta com toda a tecnologia integrada, mas isso não diminui sua importância diante das oportunidades que se abrem neste momento. O que o varejista precisa ter claro é que estar inserido no metaverso desde já é uma vantagem futura.

Você vai fazer parte da mudança ou vai apenas deixar o futuro acontecer?

Leia também: Metaverso: humano ou avatar, o cliente precisa estar no centro

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Eduardo Herenyi

Eduardo Herenyi é um pioneiro em tecnologia e marketing digital, com uma carreira que começou em 1997 e incluiu passagens por empresas como Catho Online, Groupon e A2C. Sua experiência em atender a diversas necessidades de clientes em agências de marketing digital o levou a criar a DBMK, uma agência digital focada em ecommerce. Na DBMK, Eduardo utiliza seu conhecimento para capacitar lojistas a iniciarem suas operações online, oferecendo consultoria, desenvolvimento e customizações em plataformas. Com uma visão futurista e uma abordagem personalizada, Eduardo é um líder na revolução do ecommerce.

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