Quando alguém decide empreender no segmento de vendas online, é comum surgir a dúvida: criar sua própria loja virtual ou começar a vender em marketplaces? É uma pergunta legítima, já que os dois modelos de negócio têm vantagens e desvantagens. Respondê-la é fundamental para todos.
Mas quem é iniciante e vai explorar o mercado digital agora pode ter mais dificuldades de avaliar as possibilidades.
O que não deixa questões em aberto é o fato de o comércio eletrônico ser muito promissor. Segundo o The Global Payments Report 2022, as vendas online vão crescer 19% ao ano até 2025 somente na América Latina. O Brasil é o primeiro do ranking de crescimento, com expectativa de um avanço na faixa de 18% anuais.
Outro dado de destaque é o de vendas online frente a um gigante varejista. Lojas virtuais e marketplaces superaram o faturamento das lojas em shopping centers no ano de 2021. Enquanto o comércio eletrônico movimentou R$260 bilhões , lojas em centros comerciais apresentaram uma queda de R$15 bilhões.
Por isso, até mesmo quem sempre atuou no modelo tradicional está migrando para o online. Neste artigo, serão mostrados os prós e contras, além de dicas de como estar nesses ambientes da maneira mais vantajosa possível.
Para entender por onde começar, é preciso analisar os dois modelos de negócio para venda na internet com rigor, sem cair na superficialidade do senso comum. Nos próximos tópicos, vamos separar as principais características, com os prós e os contras.
Propriamente dito, não existe o que é o melhor entre os dois, e sim o mais adequado de acordo com os objetivos do seller.
Os marketplaces – ou melhor dizendo: os grandes sites que hospedam lojas parceiras, como se fossem shopping centers virtuais – têm uma parcela significativa no total das vendas online.
No período da pandemia, ganharam ainda mais relevância. De acordo com dados da 44º edição do Web Shoppers – Ebit |Nielsen, as plataformas representaram aproximadamente 78% das vendas online em 2020. Portanto, a seguir, iremos conferir as vantagens e as desvantagens de iniciar as vendas por eles e destrinchar cada um.
Vantagens:
Desvantagens:
Em uma pesquisa global, a Mirakl constatou que 66% dos consumidores preferem marketplaces a lojas virtuais e 70% acreditam que é a maneira mais conveniente de realizar compras.
O estudo também chegou à conclusão de que não existe mercado mais promissor do que o brasileiro para os marketplaces. Ou seja, se o empreendedor deseja tornar-se um seller no nosso país, as chances de prosperar são grandes.
Para aproveitar os “bons ventos”, é preciso ser estratégico. Afinal, quando tendência e inteligência se encontram, os resultados tendem a ser ótimos. Para o lojista que está em dúvida, esse é um ponto crucial, pois demonstra que a experiência de compra dos compradores é melhor nesses grandes sites de comércio.
Em marketplaces, a visibilidade de um produto é muito maior do que em uma loja virtual exclusiva da marca. Players como Americanas, Amazon, Shopee e Mercado Livre investem em marketing, o que faz dos próprios sites grandes fontes de pesquisa.
O consumidor também tem o hábito de acessar esses marketplaces para conferir oportunidades. Além de seus sites, eles investem em canais como os aplicativos. Assim, aumentam as chances de retenção do consumidor, maior ticket e muito mais.
É comum os clientes acompanharem outros canais dessas marcas como redes sociais, e-mail marketing e até mesmo em propagandas no YouTube e outros veículos de comunicação.
Para quem está começando a vender online, essa é uma grande vantagem, já que inicialmente sua loja não terá visibilidade como outras lojas conhecidas e nem uma base de clientes formada. Afinal, os investimentos desses marketplaces beneficiam os seus parceiros de venda ao entregar soluções para agradar seu consumidor final.
Enquanto nas lojas virtuais você precisa começar o trabalho do zero, nos marketplaces basta desenvolver o perfil da marca para começar a vender. Mas, claro, desenvolvendo seu portfólio de produtos e gerindo melhor o seu estoque.
Por mais que existam sites com estrutura de venda pré-montada, como Loja Integrada, Shopify e outras, nenhuma se compara à facilidade de colocar os produtos à venda nos e-commerces compartilhados.
Você ainda conta com materiais explicativos e suporte, caso precise. Há um esforço grande para melhoria contínua desses e-commerces, o que beneficia os vendedores.
Se o lojista optar por ter um site exclusivamente seu, o trabalho é ainda maior e mais oneroso, pelo menos a princípio. O investimento tende a demorar para dar retorno em relação aos marketplaces, por mais que esses canais de venda incidam taxas para o seller.
Um grande desafio para quem começa a vender online é a entrega. Os consumidores querem receber seus pedidos no menor tempo possível. De acordo com o Invesp, aproximadamente 49% dos compradores afirmam que possuir entregas no mesmo dia aumenta sua chance de compra em determinado e-commerce.
Ou seja, a velocidade de entrega é um dos fatores de maior influência para os consumidores avaliarem os sellers, o que faz a taxa de satisfação aumentar e, como consequência, menos reclamações, mais indicações e mais vendas a um negócio.
Os grandes marketplaces oferecem serviços de fulfilment como Mercado Envios, de frete grátis de acordo com sua reputação, entre outros recursos que facilitam o setor de logística do negócio. Há taxas, mas é bem mais fácil, principalmente para os iniciantes em comércio eletrônico, operar dessa maneira.
Como citado ao longo do artigo, há uma série de taxas e comissões para o seller nos marketplaces. Ainda serão abordadas as características dos sites próprios, mas mesmo assim pode compensar estar nesses espaços de venda.
Para isso, é preciso ter atenção à precificação de produtos para que o lojista não tenha prejuízo, ajustando seus preços de acordo com o marketplaces e, em alguns casos, aos fretes grátis que saem do bolso do seller.
Há tabelas grátis de precificação que facilitam o trabalho para o vendedor para consultar o preço ideal, mas cabe a ele também avaliar ferramentas que automatizam esses processos.
Há um grande trabalho de marketing e branding nos marketplaces. Assim, o centro é a marca por trás de toda estrutura que o seller usa. A marca do próprio lojista fica em segundo plano. É uma desvantagem que não pesa tanto no início do projeto, mas que pode fazer uma diferença mais significativa quando o negócio crescer.
Contudo, os marketplaces estão criando mais recursos para haver essa personalização na página do vendedor. O AliExpress, por exemplo, permite a criação de banners para fortalecer o branding de seus parceiros de venda.
Uma característica que pode ser uma desvantagem são as regras do marketplace. As decisões dos e-commerces podem fazer com que o seller tenha que mudar as estratégias ou se adaptar rápido e constantemente.
No entanto, como é interessante para o marketplace ter vendedores satisfeitos, de forma geral, as regras não afetam o seller negativamente.
Assim como o marketplace, estar em uma loja própria tem suas vantagens e desvantagens. Antes de decidir em qual espaço estar, é preciso ter conhecimento das características e avaliar se são vantajosas para o vendedor.
Entender como lidar com os desafios também é fundamental para um negócio de sucesso.
Vantagens:
Desvantagens:
Nas lojas próprias, não há as comissões por venda ou serviços associados como os logísticos, que, por vezes, os marketplaces podem oferecer frete grátis aos consumidores, contudo, são os lojistas que pagam.
Assim, se o seller souber administrar outros custos nesse modelo de negócio, a margem de lucro por venda pode ser maior, mas é importante frisar que é necessário ter estratégias assertivas para aumentar o ticket médio e fazer o cliente se sentir atraído por comprar em seu site.
Uma das maiores vantagens de possuir uma loja virtual própria é ter uma plataforma construída do zero pelo empreendedor na qual seja possível trabalhar toda a identidade visual e verbal da marca, sem ter tantas limitações como em marketplaces.
A partir de seu site, é possível explorar a possibilidade de criar um blog próprio e explorar o marketing de conteúdo, trabalhar com disparos de e-mails, além de outras possibilidades como a utilização dos anúncios do Google (Google Ads) e das redes sociais para direcionar o seu consumidor ao seu site.
Dessa maneira, a marca do empreendedor tem mais chances de ficar na mente de seu consumidor. Afinal, ele poderá acessá-lo diretamente na web sem precisar entrar em uma outra plataforma antes, como em um marketplace.
Diferentemente dos marketplaces, onde os lojistas podem ficar submetidos a algumas regras e burocracias que cada um possui, em um site próprio para sua loja, ele terá maior liberdade, mas é também necessário maior cuidado.
Isso abre espaço para inserir também estratégias de pop-ups para caso o seu consumidor esteja ausente em sua página ou estiver saindo. Basta nos lembrarmos de sites em que estamos navegando e abrir uma janela para inserirmos nosso e-mail para receber algum desconto, por exemplo.
Quem opta por usar uma plataforma de vendas própria, seja construída do zero ou não, tem muito mais tarefas para colocar o negócio em funcionamento. Também são necessários mais empenho e pessoas para realizar todas as funções desse modelo de negócio, mesmo que sejam utilizadas automações em alguns pontos de suas operações, o que pode gerar um maior investimento de tempo.
Não somente investimento de tempo, como também à medida que sua loja cresce, há a necessidade de mais infraestrutura e equipes. Assim, o empreendedor precisa de maior aporte financeiro para manter o e-commerce, sendo necessário deixar seu site cada vez com melhor capacidade para receber seus leads e realizar todas suas operações.
Pode acontecer de o retorno ser mais rentável a longo prazo. Porém, é necessário um grande investimento para colher frutos no futuro. Para isso, também é preciso ter uma visão clara de suas estratégias e tomar decisões assertivas.
Tudo tem um lado positivo e negativo. Com marketplaces ou e-commerces a lógica também se aplica. O ideal é chegar a um patamar em que seja possível ter os produtos nos marketplaces e nas lojas próprias.
Ao usar os dois, o lojista ganha visibilidade nos grandes players e, com o tempo, pode-se adquirir maior relevância como marca. Assim, é possível que os clientes comprem nos sites próprios também, desde que seja realizado um bom trabalho. Como mostramos antes, o lucro por produto tende a ser maior em plataformas próprias.
É possível, ainda, estar em múltiplos marketplaces e ter sua loja própria para ter mais canais no mercado digital. Contudo, as tarefas serão maiores e, para facilitá-las, o seller pode optar por ter ferramentas de gestão e de integração como ERPs e hubs – os quais são mais focados em marketplaces.
Há, ainda, uma terceira possibilidade, que é ter lojas físicas, marketplaces e sites próprios. Apesar da queda no faturamento no comércio físico, o espaço pode complementar a experiência com a marca.
Basta ver que Americanas e Magalu, por exemplo, são gigantes nas vendas online e investem muito nas lojas tradicionais. Tudo depende da estratégia do seller, metas com a valorização da marca e diversos outros fatores.
Independentemente de qual for a escolha, o importante é analisar tudo com bastante calma.
De forma geral, os dados favorecem que os marketplaces podem ser um bom início, principalmente para quem ainda não tem experiência e quer validar os negócios.
Já as lojas próprias são vantajosas se o projeto crescer e o vendedor tiver condições de ter uma estrutura robusta para o negócio. Mas o ideal é pensar na realidade de cada empreendedor para tomar a decisão e lembrar que com o tempo ele poderá escolher ambos os canais de venda.
Leia também: Seller center e sua importância para o marketplace
O post Loja virtual ou marketplace: por onde começar a vender? apareceu primeiro em E-Commerce Brasil.
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