Como o Banking as a Service pode impulsionar o varejo?

Em uma loja de departamentos ou supermercados, quem nunca foi convidado a fazer o cartão do espaço? Pois é, essa proposta (quase que) despretensiosa é um dos exemplos mais antigos e comuns da fintechzação que está ocorrendo atualmente. Empresas de diferentes setores estão acoplando e oferecendo serviços financeiros a seus clientes.

No Banking as a Service, qualquer organização pode oferecer produtos e serviços que envolvem a gestão do dinheiro.

Não é um movimento recente, mas está se consolidando em diversos segmentos – a começar pelo varejo. Essa área foi uma das precursoras no serviço de finanças embutidas em seu modelo de negócio. A questão é que, como toda evolução, é preciso dar um passo adiante para continuar crescendo. Essa etapa passa justamente pela aproximação do conceito de Banking as a Service.

Crescimento do Banking as a Service

A partir da proposta, qualquer organização, mesmo aquelas que não lidam diretamente com o mercado financeiro, pode oferecer produtos e serviços que envolvem a gestão do dinheiro, como movimentação de conta, cartão de crédito, empréstimo, entre outros. É uma modalidade que cresceu bastante nos últimos anos e que continua em evidência.

Para se ter uma ideia, as empresas de varejo devem corresponder praticamente à metade (49%) do mercado de Banking as a Service nos próximos dez anos, de acordo com projeção realizada pela Mambu com a Amazon Web Services. Trata-se de um setor que deve movimentar US$ 3,5 trilhões em transações apenas com varejistas nesse período.

Varejo como propulsor do Banking as a Service

Mas por que o varejo, especificamente, conta com grande força para dominar esse nicho de mercado e oferecer soluções financeiras? Primeiro, é necessário pontuar a quantidade de clientes que o segmento atinge. De longe, é o maior ativo que essas empresas possuem. O alcance é praticamente o mesmo das grandes instituições financeiras, permitindo oferecer produtos para uma escala ampla.

Além disso, há a influência da base de consumidores e as informações que o varejista integra. Diferentemente de bancos e fintechs, que têm mais dificuldade para identificar os diferentes perfis, o lojista recebe esses dados dos próprios consumidores, como histórico de compras, formas de pagamento, eventuais dificuldades financeiras, entre outros. Isso permite, por exemplo, manter as pessoas dentro de seu próprio ecossistema, o que leva a uma melhor experiência, engajamento e fidelização.

Oportunidades para o varejo

Essa nova realidade abre um leque de oportunidades para o setor, que pode desenvolver novos modelos de negócios capazes de driblar eventuais instabilidades econômicas. Assim, as empresas de varejo podem atacar em diferentes frentes, oferecendo aquilo que os consumidores mais precisam em relação às finanças.

Um supermercado pode, por exemplo, criar seu próprio banco digital para aproveitar o engajamento natural de sua base de clientes por meio de promoções. Uma loja de departamento pode construir as próprias soluções de cobrança e de pagamento sem depender de sistemas de ERP. Ou ainda eliminar intermediários nas transações, uma vez que os clientes podem utilizar o banco digital do varejista para adquirirem produtos e serviços.

Vantagens e transformação digital

São vantagens interessantes, sem dúvida, mas exigem um nível de complexidade com o qual muitas empresas não conseguem arcar. Para realizar tudo isso in house, ou seja, dentro de sua própria estrutura, o varejista precisa ter equipes dedicadas e qualificadas em serviços financeiros, adquirir licenças bancárias com o órgão regulador (o que pode levar anos) e lançar mão de todo um investimento para fazer a solução funcionar.

É aqui que entra a proposta de soluções de Banking as a Service como aliadas no processo. Além de contar com parceria especializada, o recurso vai ser o responsável por toda tecnologia e regulamentação, deixando que o lojista interessado em fornecer serviços financeiros foque em sua base de clientes e em como proporcionar a melhor experiência possível para cada um deles.

A transformação digital que enfrentamos nos últimos anos alterou os hábitos do consumidor e, evidentemente, essa mudança iria chegar ao mercado financeiro como um todo. Atualmente, a ideia de separar o consumo das finanças soa de forma arcaica. As pessoas querem comodidade, experiência e agilidade – e esperam que as empresas acompanhem esse movimento também. Se o varejo já recebe grande parte da renda dos consumidores, por que o setor não pode oferecer soluções de valor para sua base de clientes, não é mesmo? Com o apoio certo, é possível revolucionar ainda mais essa relação no futuro.

Leia também: Fintechzação: entenda como essa tendência tem impactado o varejo

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Eduardo Herenyi

Eduardo Herenyi é um pioneiro em tecnologia e marketing digital, com uma carreira que começou em 1997 e incluiu passagens por empresas como Catho Online, Groupon e A2C. Sua experiência em atender a diversas necessidades de clientes em agências de marketing digital o levou a criar a DBMK, uma agência digital focada em ecommerce. Na DBMK, Eduardo utiliza seu conhecimento para capacitar lojistas a iniciarem suas operações online, oferecendo consultoria, desenvolvimento e customizações em plataformas. Com uma visão futurista e uma abordagem personalizada, Eduardo é um líder na revolução do ecommerce.

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